terça-feira, 19 de maio de 2009

Ex-governador do Espirito Santo é condenado a nove anos de prisão

O ex-governador do Espírito Santo José Ignácio Ferreira (sem partido) foi condenado a nove anos de prisão por desvio de verbas. Cabe recurso. Ele governou o Estado de 1999 a 2002. Era do PSDB. No fim do mandato, estava sem partido.

A sentença foi dada pelo juiz Willian Silva, da 6ª Vara Criminal de Vitória, por formação de quadrilha, apropriação indébita e lavagem de dinheiro.

Segundo denúncia feita pelo Ministério Público Estadual, dinheiro de empresários que seria destinado à construção de uma fábrica de sopa, projeto social do governo, foi desviado para pagar despesas pessoais e de campanha de José Ignácio. Em troca, os empresários recebiam benefícios fiscais.

Para o Ministério Público, as supostas doações feitas pelos empresários à fábrica de sopas eram "propinas" destinadas ao governo pelo recebimento de benefícios tributários, que seriam transferidos para conta de servidor do governo.

Além do ex-governador, sua mulher, Maria Helena Ruy Ferreira, então secretária de Ação Social do governo, foi condenada a 13 anos de prisão pelo mesmos crimes, além de corrupção.

O ex-ministro do Planejamento Aníbal Teixeira, do governo José Sarney (1985-1990), também foi condenado a 4 anos e 6 meses, por lavagem de dinheiro. Na pasta, Teixeira era responsável por um dos projetos sociais comandados pela primeira-dama, que originou a ação. Ele teria informado a empresários sobre valores de doações que poderiam ser abatidos no recolhimento do ICMS.

"Ela [Maria Helena] solicitava vantagens para beneficiar empresários", disse o juiz. A sentença foi publicada na sexta-feira para evitar que crimes como formação de quadrilha e apropriação indébita não prescrevessem pela idade de José Ignácio, que completou 70 anos ontem.

O ex-governador disse que não houve desvios de recursos públicos nem crime, já que "o dinheiro era privado e destinado a entidades privadas". "Não há crime se não há vítima", disse. Ele vai recorrer. A mulher dele, segundo Ignácio, também vai recorrer.

O advogado de Aníbal Teixeira, Ramon Carvalho, afirmou que seu cliente apenas apresentou modelo de projeto social, desenvolvido em Belo Horizonte, ao governo capixaba, e que é inocente. Carvalho disse que vai recorrer.

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