domingo, 30 de setembro de 2007

Tolentino nega ter privilegiado Azeredo em 98

DA REPORTAGEM LOCAL

O advogado Rogério Lanza Tolentino diz que todos os pagamentos da SMPB Publicidade no período em que foi juiz eleitoral "foram por prestação de serviços" e nega ter favorecido "sistematicamente" o então candidato Eduardo Azeredo.
Houve "uma coincidência", diz, ao alegar que os honorários ficaram atrasados durante quatro anos, desde a morte do sócio Maurício Moreira, em 1994. "Os cheques caíram em meu nome. Para equilibrar a CPMF, depositei na conta da minha mulher. Foi recebimento meu, Rogério, por prestação de serviços, com imposto de renda declarado, que eu mostrei, em Brasília, ao dr. Zampronha, delegado da Polícia Federal."
Tolentino diz que não se sentiu impedido de receber dinheiro de Marcos Valério e julgar processos eleitorais em campanhas das quais o publicitário participava. "Se o Marcos Valério operou ajudando a campanha do Eduardo Azeredo, o que é que eu, Rogério, tenho a ver com isso? Eu sou advogado da empresa. Eu não via o que ele fazia dentro da empresa", diz.
"Sempre fui advogado de uma empresa chamada SMPB Publicidade, que existe há anos. Antes de o Marcos Valério chegar à SMPB, eu já era advogado havia dez anos. Eu não sou advogado de ter o dia-a-dia dentro do escritório, dentro da empresa. Eu não sei o que o meu cliente faz."
"Eu dava a advocacia de partido. Se tinha problemas, ele me consultava", diz. "Eu fui chefe do jurídico da OAS, em Belo Horizonte. A OAS tem ligações políticas em todo lugar. Não tenho o menor problema em ser advogado da construtora."

Votos como juiz
Tolentino diz que existem vários processos em que Eduardo Azeredo teve votos favoráveis seus, "como em determinados momentos também não teve". "É absolutamente natural. Não saberia responder quantos e quais, porque seria muito difícil." "Você pode ouvir advogados de todas as coligações. Se pesquisar todas as decisões nos dois anos, vai verificar que o juiz Rogério em determinado momento votou e em outros momentos, não."
Tolentino nega ter sido indicado por Azeredo para o cargo. "A indicação não pertence a políticos. Não houve nenhuma recomendação dele. O tribunal eleitoral encaminhou seis nomes para o Tribunal de Justiça, de advogados militantes que tinham conhecimento nessa área", afirma. Ele lembra que seu nome foi selecionado a partir de uma lista tríplice e que foi nomeado por FHC.
Sobre a liminar concedida, permitindo que o candidato a governador usasse o tempo de propaganda de candidatos a deputados, afirmou: "Se questionou isso no tribunal, nesse caso específico, e que para mim era uma novidade, eu entendi naquele momento que de repente poderia, que o espaço era deles. Passei a acompanhar para ver o que estavam julgando os outros tribunais. Concedi uma liminar naquele exato momento. Liminar essa que foi revogada". (FV)

Fonte: Folha Uol

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc3009200703.htm

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