SÃO PAULO (Reuters) - A Polícia Federal de São Paulo indiciou formalmente nesta segunda-feira o banqueiro Daniel Dantas pela prática dos crimes de gestão fraudulenta, formação de quadrilha, evasão de divisas, lavagem de dinheiro, empréstimo vedado e sonegação fiscal.
Verônica Valente Dantas, irmã do banqueiro, e quatro funcionários do Banco Opportunity também foram indiciados no inquérito da Operação Satiagraha por prática de crimes contra o sistema financeiro nacional.
Daniel Dantas chegou à sede da PF antes das 8h desta segunda-feira, acompanhado de seu advogado Andrei Schmidt. O advogado confirmou o indiciamento formal de Dantas.
Para o advogado, que representa Daniel Dantas e o Grupo Opportunity, o indiciamento de seus clientes foi arbitrário.
"Foi mais uma arbitrariedade cometida no inquérito da Operação Satiagraha", afirmou. "Orientei meus clientes a ficarem em silêncio até que tenhamos pleno acesso a documentos e autuações realizadas durante a investigação."
Segundo o advogado, Dantas somente falará "no momento oportuno" para se defender das acusações.
O banqueiro ficou cerca de 25 minutos na presença do delegado Ricardo Saadi, que comanda o inquérito da Operação Satiagraha.
De acordo com uma fonte da Polícia Federal, o indiciamento por lavagem de dinheiro levou em conta a prática de crimes antecedentes supostamente praticados por Dantas, que são crimes contra a administração pública, crimes praticados por organização criminosa, além de delitos contra o sistema financeiro nacional.
Daniel Dantas, que não respondeu a nenhuma pergunta do delegado, deixou a sede da PF paulista sem falar com a imprensa.
O banqueiro já responde a ação penal por crime de corrupção ativa na 6a Vara Federal Criminal da Justiça Federal de São Paulo.
A Polícia Federal deve concluir o inquérito até o final da semana que vem e enviá-lo ao procurador da República Rodrigo de Grandis. Em nota divulgada mais tarde, a Polícia Federal disse que o ministro da Justiça, Tarso Genro, foi informado sobre o indiciamento.
"O indiciamento é importante porque é um indiciamento formal e evidencia a conduta delituosa da organização criminosa", disse o procurador.
De Grandis acompanhou o depoimento de Dantas, no início da manhã, mas afirmou que não estaria presente nas demais oitivas dos demais.
"Como o advogado dele (de Dantas) disse que seu cliente faria voto de silêncio, eu acompanhei o indiciamento feito pelo delegado e decidi que não acompanharei as outras oitivas", afirmou.
A expectativa é que, após receber o inquérito, o procurador ofereça a denúncia à 6a Vara Criminal Federal.
(Reportagem de André Guilherme Delgado)
UOL
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