domingo, 31 de maio de 2009

Escolha foi feita por envolvidos em escândalos na Fifa

Ângela Kempfer


O jornal Folha de São Paulo divulgou hoje matéria com a “ficha” dos homens responsáveis pela escolha das 12 capitais que serão subsedes na Copa do Brasil, em 2014.
Com o título “Cartolas marcados por escândalos escolheram sedes da Copa”, a Folha lembra que o grupo foi responsável por definir quem receberá investimento federal milionário nos próximos anos.

A decisão partiu de um grupo de 25 homens do Comitê Executivo da Fifa. Só um é brasileiro, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira. Todos foram eleitos em pleitos que só envolveram cartolas de suas confederações. Vários sofreram acusações de ilegalidades financeiras ou políticas nas bases ou na entidade, lembra o jornal.

Quem encabeça a lista de problemas é o presidente da Fifa, Joseph Blatter. Em sua gestão, o então secretário-geral, Micheal Zen-Ruffinen, acusou Blatter de ter feito gastos irregulares, somando prejuízo de 360 milhões de libras (mais de R$ 1 bilhão) para a entidade.

Uma das acusações era a de que ele pagara de forma irregular 69 mil libras ao russo Viacheslav Koloskov. Na época, Koloskov não era do Comitê Executivo, mas recebeu verba como se fosse. Hoje, ele está de volta ao órgão máximo da Fifa.
Por conta disso, 11 membros do Comitê Executivo da Fifa acusaram Blatter, em denúncia criminal, de utilizar dinheiro da entidade para comprar votos. A disputa precedia a eleição de 2002 para a presidência.

Sob pressão, Blatter reconheceu erros e reviu determinados procedimentos dentro da entidade. Foi reeleito, e Zen-Ruffinen saiu da Fifa. A denúncia acabou sendo retirada.

A crise financeira da Fifa, levada a público pelo ex-secretário-geral, foi desencadeada pela falência da ISL (International Sports License). A empresa era a principal parceira comercial da Fifa, que negociava contratos de TV e de patrocínio.

Sua ruína gerou um processo na Justiça suíça em que executivos da ISL admitiram ter feito pagamentos a dirigentes esportivos. Não foram dados nomes.

Foi também em um processo que o atual secretário-geral da Fifa, Jerome Valcke, complicou-se. Nos EUA, a Mastercard processou a federação internacional por rompimento de contrato --hoje, o patrocínio da entidade é com a Visa.

A corte apontou que Valcke, então diretor de marketing da entidade, mentiu na ação. Sua atuação foi classificada como "qualquer coisa, menos fair play", alusão ao lema da Fifa.

A entidade teve de pagar US$ 90 milhões para a Mastercard. Valcke sofreu pressão dentro da federação, mas foi perdoado. E virou secretário-geral.
Um dos vices da Fifa, Jack Warner, de Trinidad e Tobago, foi acusado de lucrar US$ 1 milhão com a revenda ilegal de ingressos para a Copa de 2006, na Alemanha. Warner recebeu somente uma multa e foi obrigado a devolver o dinheiro. Contudo seu prestígio no Comitê Executivo seguiu intacto.

Segundo homem da Fifa --é vice sênior--, o argentino Julio Grondona foi investigado por comissão da Câmara de Deputados de seu país, em 2000.
Motivo: apurar possíveis irregularidades nos contratos de TV da AFA (Associação de Futebol Argentina). Havia alegações de favorecimento a uma das redes nacionais.

Revistas argentinas apontaram o enriquecimento de Grondona à frente da AFA. mas sem apontar desvio de recursos da entidade. Mais tarde, a investigação da Câmara foi arquivada, e Grondona seguiu forte.

O guatemalteco Rafael Salgueiro, também membro do Comitê Executivo, foi acusado por um ex-funcionário da federação local de vender camisas falsificadas da Adidas. (Informações da Folha On line)

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